High tech, low culture

Falava mais cedo com um amigo poeta e tradutor e a gente estava reclamando do quão anódino e chapa branca tem sido a arte dos últimos tempos. Não há nada muito propositivo e não há um movimento organizado em prol de alguma reinvidicação de linguagem artística.

O compositor e escritor Júlio Medaglia costumava dizer (nos idos dos anos 2000) que, enquanto a tecnologia estava em baixa e a cultura em alta no começo do século XX, agora, no século XXI a tecnologia está em alta e a cultura em baixa.

Por outro lado, me interessa muito a postura combativa nos meios de TI, sobretudo de código aberto e livre. Estou traduzindo um texto do @ploum@mamot.fr, no qual ele propõe um conceito de um computador que dure uma vida toda, e sua atitude e linguagem se assemelham muito aos dos primeiros manifestos de vanguarda artística.

Seja como for, acho que a reinvidicação por uma tecnologia que sirva de fato ao usuário, que seja uma ferramenta livre da influência monopolista, é que é a luta do nosso tempo. Esse é que é o bom combate a ser combatido.

O que acham disso?

@batepapo@lemmy.eco.br

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    18 days ago

    Acho que tem sentido, sim, e não é só questão de nichamento da arte, mas de como a tecnologia é usada pra roubar nosso tempo de vida, gastar nossa energia e atenção e nos deixar num estado de 'brainrot", além da questão do consumismo digital.

    Produzir arte demanda tempo e dedicação. Não tem como produzir arte em tempo rápido o suficiente para satisfazer a alta demanda de conteúdo das pessoas, e então é natural a deterioração da arte e redução a um conteúdo de produção e consumo acelerados. Não é à toa que veio a ia pra acelerar ainda mais as coisas, pois a demanda de conteúdo já não dava mais pra ser suprida por mãos humanas.