Acredito que seja justo e coerente que eu dê meu próprio relato – Pessoalmente sempre possui certa antipatia pelo ambiente religioso porque as regras morais estabelecidas pela crença cristã do catolicismo – vertente majoritária no meu seio familiar – faziam com que eu me sentisse ao mesmo tempo culpado e também injustiçado. Não nasci em um ambiente de abundância material, entendo porque meus parentes e vizinhos buscam conforto na espiritualidade. Em algum momento a minha antipatia pela intuição Igreja se transformou em uma crítica ao que ela representa e ao que ela defende. Durante alguns anos eu consegui conciliar o conhecimento científico com a doutrina religiosa, a Teoria do Big Bang com Gênesis. O tempo foi passando, primeiro me identifiquei como agnóstico e algum tempo depois de mais reflexão e estudo me enxerguei como ateu. Acho ter uma fé não é uma escolha, não apenas pelos fatores estruturais que levam uma pessoa a nascer em uma sociedade dominada pela crença X ou Y mas também porque nós enquanto indivíduos nem sempre podemos escolher acreditar em algo independente da existência ou não de provas. Seja de forma racional ou irracional. As pessoas que são devotas descrevem um sentimento que em jamais senti por nenhuma religião. E provavelmente jamais sentirei. É isso. Ficou uma bosta! (-“”-;)
Depois da crisma, eu continuei lendo a bíblia. Li quase toda. Só que comecei a notar a manipulação óbvia que tinha ali. É muito claro que a bíblia foi escrita pelos Silas Malafaias da época. Fiquei um tempo perdido, minha educação foi bem religiosa. Estudei várias outras religiões, até paganismo, etc. No fim, não sobrou nada. E me senti muito melhor assim. Descobri uma afinidade por filosofia, curti mais estoicismo.
O processo todo até eu me considerar ateu levou dos 16 aos 21, mais ou menos.
A propósito, com que idade aconteceu pra ti?