Há poucos dias, publiquei em meu blogue a resposta a um correio eletrônico cujo conteúdo era apenas uma imagem de um texto. O problema excede até a acessibilidade. Poderia ser algo óbvio, porém, aparentemente, não para todo mundo: é ilógico gerar uma imagem a partir de um texto e enviá-la em vez de postar esse texto diretamente.

Hoje, de outro setor, chegou uma mensagem que, embora fosse texto, ele estava acompanhado de uma ilustração sem descrição. Algo tão comum, mas que também causou certo desconforto, suficiente para me dar ao trabalho de redigir uma resposta, partindo daquela anterior:

Caros(as) colegas,

Desde logo, gostaria de agradecer pela mensagem inspiradora.

Respondo com a esperança de gerar reflexão a respeito de um aspecto tecnológico que envolve inclusão e acessibilidade universal.

Ilustrações, fotografias, gráficos etc., naturalmente, enriquecem as ideias que, de outra forma, tentaríamos transmitir apenas textual ou verbalmente. Todavia, seria importante lembrarmos a dificuldade ou a impossibilidade de acesso ao conteúdo por parte de quem não puder ver uma imagem ou a formatação de um texto, por qualquer razão, como deficiência sensorial ou alguma limitação técnica.

Um texto digital simples possibilita processamento e leitura de diversas maneiras, por meio de dispositivos menos complexos e ainda permite que seja consumido com mecanismos de “texto para voz” (TTS). Conseguimos tornar uma mensagem mais acessível ao dispensarmos, para alguém recebê-la, a exigência de papel ou de uma tela, meios que literalmente fazem sentido apenas para quem utiliza diretamente a visão.

O inverso também seria válido quanto à exigência de audição e equipamento sonoro, caso a mensagem fosse exclusivamente em formato de áudio, o que prejudicaria alternativas.

Digitalmente, o texto é universal pois pode ser convertido sob demanda com esforço ínfimo, comparado a demais formatos. Também é processado, transmitido e armazenado com recursos comparativamente mínimos.

Não sou especialista em acessibilidade e, felizmente, sua necessidade em relação à visão ainda não é meu caso, além de estar diante de um equipamento capaz de exibir imagens. Mesmo assim, solidário às necessidades de outras pessoas e preocupado com o próprio futuro, tenho tentado aderir aos esforços pela melhoria da universalização do acesso ao conhecimento com algo tão simples quanto isto:

  • transmitir texto;
  • descrever imagens;
  • transcrever áudio.

Pode ser desconfortável e levar tempo até nos acostumarmos a tais processos, porém isso pode ser naturalizado, incorporado ao ato cotidiano de redação.

Caso entendam a a matéria relevante, além de adotarem a ideia, fica ainda como sugestão de pauta para publicações futuras.

At.te, […]